Se estivesse vivo, o artista completaria 54 anos em maio. Teve uma grande, singular e brilhante carreira. Morreu de câncer com apenas 36 anos, 1981, deixando uma obra que perdurará, influenciando gerações de músicos (Cidade Negra e Tribo de Jah, por exemplo, no Brasil). Suas letras expressam a revolução que o povo "raggamuffin" - fracos e oprimidos que habitam favelas e guetos - desejava para se livrar da degradação ambiental, da miséria e do desemprego, causados pelas graves desigualdades sociais do seu país, a Jamaica.
O cantor sabia do que falava; ele viveu na favela Trenchtown por mais de quinze anos, convivendo com esgoto, a céu aberto, barracos de lata (na Jamaica às 9h da manhã a temperatura chega a 27 graus) sem privacidade - pois os cortiços ou barracos formam uma meia lua e um muro de dois metros circunda com apenas uma entrada e uma única bica para atender aos moradores de conjuntos de quatro ou cinco barracos, chamados de yard (cortiço).
Com canções como No woman, no cry (que por sinal foi bem interpretada por Gilberto Gil, no Brasil) reverenciava a favela / gueto com lirismo e consciência.
Marley assumiu usar maconha e acusava a escravidão e o colonialismo. Representante do movimento Rastafari e reggae, passou a ser monitorado pela CIA e há suspeitas de que a agência norte-americana esteve envolvida com o atentado contra ele e sua banda em 1976. Na ocasião, foi atingido no braço e quatro tiros dirigidos contra seu peito foram amparados pelo corpo de seu empresário, Don Taylor, que ficou paraplégico. Após isso, o cantor exilou-se em Londres.
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