A fluidez e o dinamismo oferecidos por um espaço de cultura digital permitem deixam qualquer texto mais transitório e mutável, reduzem a distância que separa o escritor do leitor, extinguem a linearidade e possibilitam maior interação. Dessa forma, o Ambiente Escolar deve adequar-se as mudanças que a leitura e a escrita no hipertexto oferecem à Prática Pedagógica. Um livro pode ser lido e discutido em uma aula de português, por exemplo, e em seguida o professor pode buscar o mesmo livro na net e pedir par que os alunos façam a leitura, observando sempre, os links que levam a outras fontes e a percepção da não linearidade nessa forma de leitura. Não dar para a Escola ficar de fora dessa “nova” realidade.
Na verdade, a Internet é tida como um novo modelo de espaço textual. Tudo aquilo que é novo, atrai mais procura e consequentemente terá um grande índice de utilização. Outros estilos de escrita e de novas estratégias didáticas para a leitura e para a escrita aparecem inevitavelmente. Nos blogs, MSN, Orkut surgem novas linguagens simbólicas (emoctions) e algumas siglas são usadas para os internautas se comunicarem. Essas expressões são incorporadas naturalmente à nossa linguagem escrita e representam tanto atalhos para a comunicação quanto maneiras de expressar emoção online.
Colegas, tudo que vem para ampliar os horizontes de nossa Prática Pedagógica não pode ser encarado como ameaça. O cuidado que devemos ter é como usufruir dessas ferramentas. “Não dar pra trabalhar”, atualmente, sem o uso do computador ou da Internet. Por vivermos na era da tecnologia, a ausência dessas ferramentas seria um tanto quanto contraditória. As imagens, os sons, vídeos, links, cinema, biblioteca deixam o ambiente mais dinâmico e consequentemente haverá um estímulo atrativo para a leitura. E, sendo o hipertexto uma forma de leitura não linear, pode ser revirado de ponta a ponta, facilitando em alguns momentos a pesquisa.
A leitura não linear do hipertexto, o torna subversivo. Porém, o uso dessa mídia pode trazer dificuldades para o leitor, que vão desde desconforto físico até a má elaboração de alguns hipertextos mal elaborados, que torna a busca cansativa e de pouco proveito. Essa dificuldade torna-se uma desvantagem para o usuário. A escassez do contato, discussão e opinião humanizados, também, é uma grande desvantagem. Mas, há algumas vantagens que podem ser elencadas: interação mais dinâmica com a informação, busca e exploração de significados com maior facilidade e eficiência, vivência da experiência da aprendizagem por descoberta, além de não se limitar aos textos verbais.
O hipertexto não elimina a idéia da autoria, pois o leitor é livre, e quando busca informações é incitado a buscar novas fontes de informações e através de cortes e mudanças na ordem dos textos constroem novos textos. Ele vai criando suas próprias opções e trajetórias de leitura, o que rompe o domínio tradicional de um esquema rígido de leitura imposto pelo autor. Assim, tanto o autor quanto o leitor são protagonistas, o que é impossível na mídia impressa.