A sociedade rondoniense deverá responsabilizar o
governador Confúcio Moura e a secretária de Estado da Educação, Izabel Luz, por
eventuais prejuízos ao ano letivo causados pela greve dos trabalhadores em
educação estaduais.
Quarta-feira (19/06), estudantes das escolas
estaduais de Cacoal, preocupados com a falta de aulas, fizeram um ato de
protesto na sede da Representação de Ensino. Eles foram cobrar dos
representantes do governo do estado providências para o restabelecimento das
atividades escolares.
O grupo também foi à sede da Regional Café, do
Sintero, onde os alunos puderam conferir que a greve é justa e legítima. “Nós
estamos mostrando aos alunos, aos pais e à sociedade, que a greve é necessária
pois o governo do estado precisa valorizar a educação. O ensino público em
Rondônia não vem recebendo a devida atenção do governo”, disse Manoel
Rodrigues, presidente do Sintero.
A direção do sindicato tem esclarecido à sociedade
através de cartas, boletins, comunicados e notas nos veículos de comunicação,
que o prejuízo é de todos quando o ensino público vai mal.
A educação é a categoria mais desvalorizada no
governo e é a que possui os piores salários. O próprio governo do estado
admitiu, em panfleto distribuído nos sinais de trânsito, que os trabalhadores
em educação foram os menos valorizados com os reajustes concedidos nos últimos
dois anos.
Para confundir a sociedade, o governo divulgou
informações de que os trabalhadores em educação estaduais tiveram ganhos
significativos nos últimos dois anos.
O Sintero se contrapôs e mostrou a realidade. Os
itens anunciados pelo governo como ganhos, que são as gratificações de
titulação, especialização, mestrado e doutorado, não foram concedidos no atual
governo, pois são conquistas antigas obtidas pela categoria através da luta.
A verdade é que o governo, através da PGE,
discrimina mais de três mil servidores ex-demitidos, negando-lhes direitos,
como a progressão de 2% a cada dois anos de trabalho, garantida por lei a todos
os servidores; como também vem negando a gratificação de pós-graduação e a
promoção de classe, direitos garantidos pela Lei Complementar número 680.
O próprio governo que investiu em formação através
do Prohacap e incentivou o professor a estudar para obter promoção, agora nega
esse direito.
Decisão do STF não suspende a greve
A decisão do STF, que confirmou a liminar do
Tribunal de Justiça de Rondônia sobre o direito de greve não determina o fim do
movimento. O Sintero esclarece que a decisão do STF não é para suspender a
greve, mas apenas para garantir as aulas aos alunos do 3º Ano do Ensino Médio e
as provas de suplência aos alunos do Supletivo. Mesmo assim, o STF determina
que seja fornecida uma lista das escolas que possuem essas aulas.
Como a administração das escolas compete
exclusivamente à Seduc, o Sintero solicitou da Secretaria de Educação a lista,
para que seja dado cumprimento à decisão judicial. A Seduc, por sua vez, ainda
não respondeu o ofício do Sintero e ainda não forneceu a lista.
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