sábado, 8 de junho de 2013

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Mensagem

Alguns podem estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui, já estou em greve. De uma coisa eu garanto, não sou fiscal, qualquer semelhança é mera coincidência.

Independente do que acredito, esta escola é minha segunda casa. Gosto de estar aqui e me preocupo com o bom andamento dela. Sem contar que estou em greve por acreditar que não precisamos querer somente migalhas que às vezes tendem a cair sobre a educação; estou em greve por gostar de estar em sala compartilhando o que sei com meus alunos e ver neles a possibilidade de um futuro melhor; estou em greve por acreditar mesmo sendo poucas as conquistas, todos só tem a ganhar com os resultados; estou em greve por acreditar que a educação ainda tem jeito e se amo essa profissão não posso me acomodar  diante de tamanho descaso com os profissionais da educação. Sei também, que a revolta que me consome, por nem todos que podem estarem de greve, não me dá o direito de respeitá-las nos direitos de calarem e de aceitarem  a situação.

A vida é feita de escolhas, e há quase vinte anos, iniciei minha trajetória de professora. Aqui gostaria de realizar meus sonhos, conquistar minha aposentadoria com dignidade e dizer de cabeça erguida que sou professora por convicção. Por mais que desde cedo aprendi que o amor é a maior arma, a vida me ensinou que só de  amor ninguém vive e que o mantimento deste sentimento é a dignidade.

É por querer continuar na educação, que estou em greve, senão era mais fácil partir para outra, buscar um novo emprego e não pensem que isto é algo utópico, todos nós aqui temos condições para assumirmos uma nova profissão, sem sermos culpados pelo fracasso dos que não valorizam o nosso trabalho e dedicação. Problema é ter que dizer adeus a esta família Aurélio (escola estadual) que nos preenche, nos emociona, da qual tenho tanto orgulho de fazer parte. Não estou aqui sendo falsa quando digo que formamos uma grande equipe, que temos condições de superar as barreiras e construir educação de qualidade. Confesso que não estou orgulhosa por estarmos divididos, diria até que estou bastante decepcionada, porem como formadora de opinião tenho aceitar e respeitar a decisão de todos.

Sei que muitos aqui têm mais a perder que eu, todavia estou em greve por acreditar que se somando não contribuo, não é subtraindo que vou ajudar não é mesmo?
Desculpe- me, mas é que gostaria que soubessem dos meus motivos.

Nova Brasilândia D’ Oeste, 7 junho de 2013.

Autora: Professora da ESCOLA E. E. M AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA

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